terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Reflexão: O preço da Felicidade

Tenho ouvido muito dizer sobre a felicidade. Mas o que é a felicidade? Até que ponto deve-se chegar ao sacrifício máximo para tentar alcançar a felicidade que muitas vezes nem nos pertence? Parece papo puro de auto-ajuda, mas vou explicitar no contexto da Gestão de Recursos Humanos.
Esta reflexão começou após uma conversa que escutei em um toalete de shopping. Para os mocinhos de plantão esse local é utilizado muito por nós mulheres também quando estamos a fim de fugir de multidões e nos libertar de angústias presas no coração.
E foi em uma dessas buscas, que presenciei uma mocinha aparentemente com 23 anos, muito bem vestida, conversando ao celular com o pai. Resumirei a conversa que não foi muito longa, mas para entenderem a descreverei em breves palavras:
_ Pai, é o senhor?
_ Pai, pelo amor de Deus, eu não agüento mais...
_ Se eu continuar trabalhando nesse lugar, eu vou adoecer... Pai, por favor, briga comigo não, mas acho que vou sair...
_ Pai... snif...snif....
Foram lágrimas e lágrimas de desespero que essa moça deixou rolar de seus olhos que não tinham vergonha de mostrar a quem estivesse utilizando o toalete que suas forças tinham chegado ao fim e a tristeza tomava conta.
Depois dessa cena recapitulei muita coisa que aconteceu em minha vida e na vida dos que me cercam.
Quantas vezes não somos atendidas por caixas de supermercados ou lojas, com um mau humor reluzente em suas faces entediadas?
Por diversas vezes escutei de minha família e amigos, quando me sentia infeliz em minhas experiências profissionais:
_ “Menina não fique triste não, trabalhar é assim mesmo, é engolir sapo todos os dias”; ou então,
_ “Emprego não traz felicidade, só a merreca do seu suor no início do próximo mês” e dentre os piores absurdos que já ouvi de um ex patrão, um jovem na faixa dos 40 anos:
_ “Eu não gosto de trabalhar com mulher, lugar de mulher é atendendo o marido, por isso devem sofrer...”.
Tudo o que descrevi acima infelizmente é uma realidade que tem se tornado uma constante no gráfico da vida de todos. Um ou outro tem a sorte de ser feliz trabalhando, de não ter um ataque de stress, de sofrer com problemas decorrentes a depressão ou até mesmo infartos.
Aí lembro das minhas aulas sobre a responsabilidade da Gestão de Pessoas por parte do setor de Recursos Humanos das empresas com relação à motivação de seus funcionários.
Motivação pessoal está ligada a coisas intrínsecas, e cada um tem as suas necessidades e aspirações. Há condicionantes que ajudam como aumento de salário e premiações, mas estes não são fatores motivadores.
Li uma vez no jornal O Globo, uma especialista que dizia que: “O que desmotiva é exatamente você oferecer um fator de contra-satisfação. Você não saber e não atender aquilo que a pessoa quer. Se ela que um trabalho mais complexo, que exija mais dela, se você colocá-la no arquivo morto da empresa, você está desmotivando pessoas”.
Segundo Francisco Gomes Matos, sua pesquisa demonstrou que seres humanos felizes são verdadeiramente produtivos.
E o mais interessante é que se fizermos uma análise de nossas experiências veremos que esta é a mais pura realidade, e que muitas vezes está desconexa do setor de recursos humanos. Quantas vezes no dia-a-dia lidamos com pessoas altamente capacitadas em setores contrários a sua capacidade e infelizes? E normalmente o setor de RH não tem nem idéia dessa situação, acaba pecando em procurar profissionais do mercado ao invés de aproveitar os seus próprios valores e em várias ocasiões perdem ótimos profissionais por um mercado sedento de novos valores.
O RH precisa ter a consciência de que essa Felicidade tanto almejada, não depende exclusivamente do ambiente de trabalho, mas uma fórmula equilibrada entre o social, familiar, pessoal e espiritual.
Cabe ao RH estratégico a sensibilização das lideranças e o desenvolvimento de projetos para a valorização das pessoas dentro da organização, assumindo posturas de disseminação de atitudes que valorizam os funcionários, com respeito e ética, estimulando o querer fazer parte e dar tudo de si à organização.



Flávia Mariama G. França


Fonte:
http://jornalhoje.globo.com?JHoje/0,19125,VOI0-3069-888-308739,00.html
http://www.rh.com.br/Portal/Motivação/Entrevista/6159/colaboradores-felizes-tem-melhor-desempenho.html

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