segunda-feira, 25 de abril de 2011

Diálogo a uma saudade

Hoje você apareceu de novo em forma de sentimento, acho que era nostalgia a princípio e depois ficou como saudade.
Você se foi tão de repente, sem nos dar nem a oportunidade de darmos um último beijo, um último abraço, um último adeus...
Ao contrário de um suspiro de amor que começa num suspiro vazio e depois ganha vida você se foi tão rápido...
Se foi, sem ao menos nos deixar uma gargalhada, mas deixou olhares tristes como se já estivesse se desfazendo num silêncio ensurdecedor.
Todos os dias me dói sua ausência, mas há momentos em que essa dor arde e machuca, então grito em meu coração pedindo a Deus o seu retorno, mas sei que Ele não pode me atender;
Busco fugas em meu dia-a-dia, mas não tem funcionado muito bem;
Ainda escuto sua buzina quando, à tarde, olho pra garagem vazia e silenciosa.
Vejo seus olhos verdes folha-seca todas as noites a rir pra tv, e meu coração sorri junto, mas segundos depois dorme esperando o dia seguinte.
Deixou-me tesouros, mas a vida após a sua partida arrancou de mim mais uma célula de amor...
Mas ainda estamos de pé com a certeza de que um dia nos reuniremos novamente, através do sentimento mais nobre e nos dias de hoje tão raro entre os seres humanos, o amor...
Muitas pessoas me prometeram que desempenhariam seu papel no momento de sua despedida, mas logo se esqueceram ou talvez apenas constataram que essa tarefa seria impossível.
Tento guardar nossa família como você tão nobremente fazia, mas sinto que meu poder é irrisório frente ao teu.
Amo-o e sempre o amarei, de longe sei que me vê e me guarda.
Ama nossa família e se coloca como um anjo guardião...
Assim consigo viver,
Assim consigo viver...


Homenagem a Geraldo Eustáquio França, meu pai querido, meu eterno amor....



Flávia Mariama

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